Nas
brincadeiras de crianças fica evidente o quanto elas estão interessadas na vida
dos adultos, principalmente dos pais. Brincam abertamente de papai e mamãe. Expressam
de modo simbólico e sofisticado, as mesmas preocupações através de histórias,
jogos e versinhos.
O que fazer quando a criança chega em casa falando que está namorando, ou que beijou o menino ou a menina na escola?
Não
é incomum ver pais que não percebem a gravidade do problema, estimulando com
brincadeiras que acabam incentivando os namoricos da criançada, conduzindo a
uma realidade na maioria das vezes preocupante: a erotização precoce – uma forma
distorcida que afasta a criança daquilo que é realmente importante e próprio da
idade, como por exemplo, o aprendizado escolar. É como se ela deixasse de focar
no aprendizado para vivenciar a sexualidade.
A partir daí, são constantes chegar aos consultórios queixas de pais acerca da falta de concentração da criança em sala de aula, que o filho brigou com o amiguinho por ciúme da menina que está namorando e por aí a fora.
A partir daí, são constantes chegar aos consultórios queixas de pais acerca da falta de concentração da criança em sala de aula, que o filho brigou com o amiguinho por ciúme da menina que está namorando e por aí a fora.
Percebo
como é difícil para os pais saberem como agir nesta situação. Muitas vezes a
culpa e a confusão da infância e adolescência ainda presentes em suas vidas,
torna confuso saber o que fazer, ou dizer aos filhos a esse respeito.
Assim
como também é difícil para a criança entender ser demasiado jovem para namorar,
presenciando os mais velhos, particularmente seus pais namorando. Isso
significa que precisa esperar até se tornar adulta, o que ainda vai levar um
tempo.
Reprimir,
fingir que não estão vendo, incentivá-los, tampouco reagir violentamente, como
se namorar fosse algo intolerável ou pecaminoso são reações falhas.
A
criança precisa de ajuda, de orientação - que, aliás, é o subsídio mais eficaz
que os pais tem para ajudar os filhos neste, e em outros momentos. Quando os
pais conversam sobre a temática com a criança, ela sente-se aliviada porque os
pais sabem o que acontece sem repudia-la. Sente-se consolada sabendo que todas
as crianças em algum momento irão apresentar esse mesmo sentimento que ela – “apaixonar-se”
pelo coleguinha.
Penso que seja fundamental o papel dos pais em mostrar as diferenças do mundo adulto e infantil. Os pais podem numa conversa informal, mostrar a criança - de repente fazendo uma analogia com um relógio - onde tudo tem o seu tempo. Assim como temos hora para acordar, almoçar, ir para a escola, também chegará o momento que a criança poderá namorar.
Às
vezes é necessário chegar para a criança e dizer sim, que ela só vai beijar na
boca quando crescer e ainda assim, com o consentimento do outro.
Tudo
tem o seu tempo! Saber esperar faz parte!!
(Por Deysi Marques da S. Silveira)