segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

CULPA OU VERGONHA, se você pudesse o que escolheria?

Sem titubear, eu responderia, prefiro a culpa.
Embora essas emoções estejam intimamente ligadas, elas são distintas. Temos a tendência de sentir culpa quando violamos regras estabelecidas socialmente ou quando não correspondemos aos padrões e princípios que estabelecemos para nós mesmos.
Para nos sentir culpados precisamos do olhar do outro, ou seja, que outras pessoas nos aprovem ou recriminem, porque nunca estamos sozinhos nessa. Geralmente nos culpamos porque algumas crenças e valores foram transmitidos em algum momento do passado. Quando crianças, recebemos regras, um monte de normas, por exemplo, você não pode falar palavrão, não pode bater no seu irmão. Se você tiver um caso extraconjugal e for descoberto, muito provavelmente você vai se sentir culpado, porque a nossa sociedade condena a traição, fomos ensinados – nos foi passado valores acerca do casamento monogâmico. Entretanto, se você vivesse em sociedades que permitissem a poligamia, como a muçulmana, por exemplo, você não sentiria culpa nenhuma. A culpa vem sempre das regras que a gente recebe.
A vergonha envolve a sensação de que fizemos algo de errado - o que significa que somos “inadequados”, “terríveis”, “podres” ou “maus”. A vergonha está geralmente ligada a uma visão altamente negativa de nós mesmos, é diretamente referida à auto-estima.
É comum às vezes "morrermos de vergonha" de certos atos, situações que talvez ninguém jamais nos culparia. Por exemplo, podemos sentir vergonha se caímos no meio da rua. Quando nos envergonhamos, o olhar do outro atrelado ao nosso desprezo por nós mesmos torna viver o momento insuportável. Todos estão ali, mas o envergonhado gostaria de desaparecer para que a falha que o envergonha não fosse percebida. A vergonha tem a ver com uma depreciação fatal, instantânea de nós mesmos. Quando alguém enrubesce, aquele que o vê enrubescido pode nem saber por que, mas o envergonhado sente que está inadequado, estabanado, ou simplesmente errado.

Culpa e vergonha frequentes significam que ou você está vivendo sua vida de um jeito que transgride seus princípios ou que você está julgando um número excessivo de pequenas ações como sendo sérias.
Existem cinco aspectos em relação à superação da culpa e da vergonha: avaliar a gravidade de suas ações, pesar a responsabilidade pessoal, fazer reparos de quaisquer danos que você tenha causado e o autoperdão. Frequentemente, apenas uma ou duas dessas etapas são necessárias para nos ajudar a superar a culpa. A superação de vergonha profunda pode exigir todas as cinco etapas, razão esta pela qual eu escolhi a culpa sem titubear.
Contudo, ninguém é perfeito. Todos nós, em algum momento ou outro, violamos nossos próprios princípios ou padrões. Mas violações não significam necessariamente que somos pessoas más. Nossas ações podem estar relacionadas a uma situação em particular ou a uma época específica de nossas vidas.
Fonte: Greenberger, Dennis. A mente vencendo o humor: mude como você se sente, mudando o modo como você pensa. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda., 1999.

domingo, 29 de janeiro de 2012

O MUNDO DO OUTRO

Hoje me peguei a devanear acerca da arte que é saber conversar. É curioso observar nas relações como o que temos a dizer é mais importante do que ouvir aquilo que o outro nos refere. Todo mundo quer falar, ser ouvido, mas ninguém quer se dar ao exercício de aprender a escutar ou ficar em silêncio – por ledo engano, consideramos que sempre temos que dar a nossa opinião sobre determinado assunto. Parece-me que cada vez mais, desaprendemos a conversar.

Um dos objetivos da conversa, da comunicação - é nos aproximar do outro, criar um laço afetivo, fazer contato. É claro que em alguns momentos é necessário um contraponto, um campo de intercessão, porém, não nos damos conta que conversar não é persuadir o outro, muito menos seduzir ou convencer.
Quantas vezes olhamos a nossa volta e “achamos” que as pessoas estão conversando, mas não é exatamente isso o que ocorre. Gosto muito da profundidade em que Márcia Tiburi - filósofa que tenho verdadeira admiração, aborda sobre essa temática.
“Conversações estranhas, porque sem diálogo, aparecem quando numa festa, num encontro casual, ou na escola, no trabalho, ou mesmo em casa, contamos sobre um filme que vimos. A pessoa a quem nos dirigimos, quem deveria conversar sobre o que lhe dizemos, recorre imediatamente a outro filme que ela viu ou diz não gostar de cinema. Fazemos isso e assim nem conversamos sobre o filme assistido por quem narra o fato, nem o visto por quem o ouve. Perdemos a capacidade de prestar atenção no que foi dito. A capacidade de escutar está em extinção. Se usarmos outro exemplo perceberemos o fenômeno de modo ainda mais claro: quando alguém fala de seus problemas, o outro, aquele que deveria ouvir, sempre comparece com seus exemplos interrompendo a atenção necessária à exposição do primeiro, quando não chega a dizer “não quero ouvir, pois isso não me acrescentará nada”, como se conversar – o que fazemos de mais humano - fosse uma troca mercantil de lucros e ganhos. Ou ainda, interrompe com um “eu sei” prepotente, inviabilizando toda descoberta. Em outras palavras, nos tornamos – em graus variados - incomunicáveis. Em tempos de comunicação de massas, numa sociedade estimulada pela mídia que nem sempre cumpre com seu papel de comunicar, esta se tornou uma questão essencial”.
Ao invés de tentarmos moldar o outro com nossas medidas prontas, podemos desfrutar sim de seu mundo subjetivo, de suas opiniões, ouvir suas questões, suas lamentações e compreender seus desejos, frustrações, crenças e necessidades.
Definitivamente, hoje cheguei à conclusão que saber escutar é uma arte! Portanto, precisamos aprender a conversar, seja um artista e descubra através da escuta um pouco mais sobre a forma peculiar que é o MUNDO DO OUTRO.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

CULTO AO PASSADO

Hoje compartilho com vocês uma reflexão sobre o filme MEIA NOITE EM PARIS, recomendado por minha amiga Ju.

Gil (Owen Wilson) interpreta um roteirista que viaja a Paris com a noiva Inez (Rachel McAdams) e os pais dela. Durante o dia, ele passa o tempo com a família milionária e seus amigos esnobes. À noite, ele é transportado para outra Paris, muito mais interessante e curiosa.

O filme retrata um cenário encantador e romântico, na Cidade Luz é claro! Woody Allen, antes de tudo, mostra a mágica do amor, porém aborda como tema central a eterna insatisfação do Homem perante a vida, daí a fuga do protagonista para outra "realidade" em busca da felicidade, da paixão e desejo por um passado que ele não vivenciou, onde surgiam os grandes ídolos que ele admirava em seu presente insatisfatório.

Bom, quantos de nós já não sentimos essa insatisfação em algum momento?

  
O culto ao passado, essa coisa de achar que eu perdi o melhor da festa é um sentimento muito comum entre as pessoas, ou seja, acreditamos que o tempo presente é menos interessante do que outros tempos passados. Como disse minha amiga Historiadora Juliana, "claro que é importante e até mesmo necessário conhecer o que veio antes, mas por outro lado, é também um desperdício quando supervalorizamos esse passadismo".

Talvez viver o aqui e agora, ou seja, estar presente no hoje seja um dos maiores desafios que temos a enfrentar. Este tempo é o único que a gente tem, por isso, "deveríamos" - pelo menos tentar, aproveitá-lo da melhor forma possível.

E você? Como vive a vida? De passado, futuro, ou de aqui e agora?
De maneira geral, não vivemos o presente. É claro que não existe nenhuma receita pronta, mas parece-me que precisamos "nos desligar" de alguns pensamentos às vezes, e prestar atenção ao nosso redor, nas coisas que estão acontecendo, mesmo as coisas simples. Vale a reflexão!

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

FELICIDADE – é possível aprender a ser feliz?

Depois de uma longa pausa, inicio o post de hoje com duas frases: A primeira é a do ex-primeiro-ministro britânico Winston Churchill, que dizia “O pessimista vê dificuldade em cada oportunidade; o otimista vê oportunidade em cada dificuldade" e a outra é de Skinner, onde ele afirma que: “o pássaro não canta porque está feliz, mas sim está feliz porque canta”.

Gosto de frases e poemas porque são formas bem interessantes para descrever coisas que muitas vezes nos escapam.

Não é de hoje que este tema é objeto de investigação em medicina, economia, psicologia e outras áreas. De maneira geral, o que todos querem é compreender o que faz alguém ser feliz. Muitos querem até mesmo uma receita para ser feliz, um curso, quem sabe....

E você, o que faz quando não está feliz?


Deita na cama e chora? Se a resposta for sim, eu diria que não devia. O que precisamos fazer é prestar atenção em “como” e “onde” estamos dispensando nossas energias. A felicidade pode ser aprendida, sim – aliás, meta fundamental para a nossa vida. Embora, algumas pesquisas afirmem taxativamente, que dinheiro traz felicidade, eu diria que pode até trazer, mas esse estado de felicidade é efêmero. Pensar que a felicidade está fora de nós, em deixar-se iludir pela cultura consumista, da beleza e do status, que vem pressionando e exigindo necessidades novas a cada minuto para as quais não estamos preparados, pode causar uma armadilha infinda aos nossos sentimentos.

Nossa felicidade depende, em grande parte, do que fazemos – que está condicionado por nossa perspectiva, leitura e compreensão dos fatos informados por nossos sentidos.

A meu ver, a fonte mais duradoura de felicidade encontra-se internamente, quando encontramos sentido ao acordar e viver a vida, quando nos relacionamos harmoniosamente com as pessoas, quando efetivamente nos satisfazemos com as pequenas coisas do cotidiano e não depositamos a responsabilidade em ser feliz no outro. Os pássaros, assim como os humanos, não nasceram sabendo cantar, eles aprenderam.


Tudo depende da forma com que vemos os eventos, depende dos “óculos” que utilizamos para enxergar a "realidade". “Óculos”, escolhidos por nós, que facilitarão – ou não, a nossa jornada. O que interfere é a percepção de que há algo bom, interessante e desejável para se fazer, para se viver. Se você fizer uma viagem que considera boa, você estará feliz. Se for à academia e se sentir bem, se receber a ligação de um amigo e isso te inspirar a chamá-lo para sair, se tomar um sorvete com a sensação de que isso é uma coisa muito boa, você fará com muita felicidade, esse sorvete terá o melhor sabor do mundo, porque você poderá escolher o sabor que quiser para o seu sorvete - e também para a sua vida.

Lembre-se: você é livre, responsável e tem o controle de sua própria vida. É você quem irá decidir o que vestir, com quem namorar, o que estudar, onde irá trabalhar. Não permita que outros escolham por você.

Nossos limites são impostos por nós mesmos. Escolha ser feliz nas pequenas coisas, no dia a dia, todos os dias!A vida de um adulto saudável, como eu a entendo, implica assumir responsabilidades e se comprometer todos os dias consigo mesmo e com as pessoas ao seu redor.

A felicidade, independentemente da nossa definição para ela, tem a ver – penso eu, com a própria vida: o que sou e o sentido que dou à minha existência.

Quando evitamos os desprazeres da vida, alcançamos a felicidade. Em termos comportamentais, aja visando REFORÇADORES NEGATIVOS - estímulos que gerem ansiedade, dor ou angústia. Quando se age, está subentendido que se fez uma opção, que se decidiu agir daquela determinada maneira frente à situação que se apresentou. Isso torna a pessoa muito mais assertiva – tema já mencionado anteriormente. Dito de outra forma, satisfaça seus desejos, obtenha REFORÇAMENTO POSITIVO - coisas agradáveis em nossa vida. O desejo, do ponto de vista comportamental, é um efeito sentido pela privação de reforçadores: desejamos aquilo que nos foi ou pareceu bom um dia e nos sentimos privados hoje.

Uma vez que saibamos obter reforçamento (tanto positivo quanto negativo) e exercermos essa classe de operantes relacionados ao cultivo dos prazeres, viveremos, nas palavras de Epicuro, uma vida serena, pacífica, cheia de contentamento e satisfação.

SER FELIZ NÃO É APENAS UM DIREITO DE ALGUNS, PARA MIM, É UMA OBRIGAÇÃO NATURAL DE TODOS! (Frase retirada do livro: Quando me conheci, de Jorge Bucay). 
                                                          SEJA FELIZ!!!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS

É impressionante ver como as pessoas tendem a desperdiçar tanto tempo na vida procurando um culpado por tudo o que lhes acontece de ruim. Quantas pessoas fazem coisas contra a sua vontade, falam coisas que não gostariam ter dito, ou aceitam um convite de alguém e depois se arrependem? 

Sabe quando você está em casa sem companhia e sem ânimo? O que seria mais lógico? Se está sozinho(a) e não está bom, vai para o mundo! Procure atividades! Mas você não vai. Escolhe ficar em casa cada vez mais desmotivada(o). Parece que tem alguma coisa te segurando. Sabe o que é isso? É você mesmo(a)! São os seus pensamentos automáticos negativos. 

Os pensamentos automáticos se referem a todo conteúdo mental (percepção, interpretação, julgamento, idéia ou lembrança) do qual não temos consciência. Normalmente são privativos ou não-declarados, e ocorrem de forma muito rápida. É tudo aquilo que passa por sua cabeça e você não questiona, aceita como verdadeiro simplesmente porque lhe passou pela cabeça. 

Exemplo: Se você tem um grande projeto a entregar no trabalho e pela sua cabeça passam os pensamentos automáticos - “é muita coisa para mim. Não vou conseguir entregar a tempo. Não vou conseguir encarar o meu chefe. Vou perder meu emprego e tudo o mais na minha vida”. Então você tende a ficar muito ansioso(a).
Às vezes, os pensamentos automáticos podem ser logicamente verdadeiros e podem ser uma percepção adequada da realidade da situação. O problema aparece quando esses pensamentos automáticos são falsos e negativos. Vamos pensar no exemplo acima. Será que se a pessoa não conseguisse entregar a tempo o projeto, ela não poderia pedir um prazo maior? Será que ela realmente perderia o emprego caso não conseguisse terminar? Ela perderia tudo na vida mesmo?

Bom, o que acontece é que não estamos acostumados a pensar sobre aquilo que pensamos. Eu diria que às vezes a solução está ali tão perto, que não conseguimos enxergar. Isso porque a solução está dentro de nós e não fora como muitas vezes procuramos. É preciso trabalhar e modificar os nossos pensamentos automáticos para sermos mais ASSERTIVOS na vida.

Não adianta você ter aquele carro divino se você não estiver em paz com a vida e com você. Não tem graça nenhuma passear em Paris se você estiver vendo as coisas em preto e branco. Sabe aquele emprego que era tudo o que você queria? Se você não estiver bem com você mesmo(a), você acaba pondo o emprego a perder e nem se dá conta disso.

Muitas pessoas colecionam uma lista imensa de oportunidades perdidas. Pessoas que perderam o homem ou a mulher de suas vidas porque não conseguiram manter o relacionamento devido a pensamentos automáticos distorcidos.

O bem estar não vem de fora para dentro. É a nossa mente que comanda tudo. É a nossa mente que nos diz se o dia de hoje valeu a pena ser vivido. Assim sendo, desejo:

BONS PENSAMENTOS PARA VOCÊ!!!

Aproveito também para deixar a dica de um filme: SE ENLOUQUECER, NÃO SE APAIXONE.
Um drama-comédia bem simples, porém interessante, que retrata a história de um adolescente que sofre as pressões quanto ao amadurecimento. Craig tem idéias suicidas e muitos pensamentos automáticos negativos.  Ele resolve se internar numa clínica psiquiátrica e lá fica por um período de 5 dias. Tempo suficiente para conviver com adultos com problemas mentais bem diversificados. A partir de sua experiência no local, descobre novas possibilidades de encarar a vida, o amor e a própria demanda gerada pela fase da adolescência.  

sábado, 20 de agosto de 2011

FRACASSO

Desde tenra idade, somos preparados para vencer. Nenhum pai ou mãe ensina o filho a ser um derrotado, pelo menos não intencionalmente. Não aceitar o fracasso como possibilidade implica perder o contato com a realidade. Certa vez, ouvi uma frase que dizia: “grandes expectativas, grandes frustrações”. Mas não é assim - vejo constantemente, pais criando filhos cegos para esta possibilidade, necessária para que possamos nos levantar após cada decepção. A expectativa de que nunca falharemos deixa-nos ansiosos e auto-exigentes.

SERÁ QUE ESSE COMPORTAMENTO APRENDIDO NA INFÂNCIA PODE NOS ATRAPALHAR NA VIDA ADULTA?


Penso que sim. Considero essencial ensinarmos as crianças a lidarem com as frustrações desde cedo - quanto antes, melhor! Tenho uma amiga que carrega em suas memórias de infância mais doces a cena do pai a levando de volta a bicicleta logo após a queda. Esse é um belo exemplo onde se ensinou uma criança a não paralisar diante do fracasso. Ensinou de que um fracasso não significa que ela nunca será bem sucedida, só significa que ela está em processo de evolução. Sempre podemos encontrar novas formas de fazer a mesma coisa de outro jeito. Persistir em terreno infértil, não nos dará frutos, mas, podemos colhê-los na medida em que tentamos “novas terras”, novos caminhos.  

Evidentemente, a cobrança social causa dor e sofrimento às pessoas. Cobram-nos tudo! Quando casamos, em seguida vem a pergunta: quando irão ter filhos? Se nos separamos: por que não deu certo? Se nos formamos: já estão atuando na área? Atualmente, uma conhecida referiu-me que está enfrentando dificuldades para atuar no mercado de trabalho e os avôs, que pagaram a graduação, cobram-na o sucesso pelo investimento que fizeram.

Ou seja, não basta estudar, temos que ter sucesso, não basta estar bem, temos que estar sempre sorrindo, não basta uma terceira colocação, temos que ser sempre o primeiro, temos que preferencialmente corresponder às expectativas daquilo que esperam da gente. Mas, tudo na vida segue o seu curso.

Se você está vivenciando um fracasso neste momento, não acha forças para retomar o rumo de sua vida e seguir adiante, uma boa dica é compartilhar, encontrar alguém que possa lhe ajudar a ver o mundo por ângulos diferentes. Pode ser um amigo, parente ou um psicólogo. Não seja tão perfeccionista, pois só o perfeccionista acredita que não pode errar, mas é quem mais paralisa diante de uma situação de fracasso e não faz nada, pois fica eternamente tentando fazer tudo “perfeito”. Lembre-se da frase citada anteriormente: “GRANDES EXPECTATIVAS, GRANDES FRUSTRAÇÕES”.

MAS ENTÃO, O QUE PODEMOS TIRAR DE PROVEITO NUMA EXPERIÊNCIA DE FRACASSO?


Eu diria que APRENDIZADO. Vamos pensar num casamento, num relacionamento que não deu certo. A partir desta experiência você poderá aprender que tipo de pessoa você não quer mais para a sua vida, ou ainda, que tipo de relacionamento você quer de agora em diante.

É sempre bom analisarmos que existe àquilo que podemos observar, ou seja, o fato e o observador. Desta forma, é preciso nos distanciar da situação e obter um olhar de observador, o que nem sempre é fácil, mas é o que nos auxiliará a compreender todas as lições que esse fracasso está tentando nos ensinar.

Toda decepção que enfrentamos no decorrer da vida, nos impulsiona a possibilidades infindas. Como geralmente nos sentimos na “estaca zero” nesta situação, podemos escolher ir para qualquer lugar, e de preferência, um lugar que gere mais conforto. Eis um bom momento de não repetir o que sempre foi feito.

O FRACASSO NOS SINALIZA, NOS APONTA ONDE ERRAMOS E QUAIS ASPECTOS RELEVANTES PRECISAM SER MODIFICADOS, MELHORADOS. PERMITA-SE FRACASSAR E BOA APRENDIZAGEM PARA VOCÊ!!!

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

HABILIDADES SOCIAIS

Tenho observado cada vez mais, como as pessoas tornam-se infelizes em determinadas situações, pela falta de assertividade nas relações interpessoais. E foi essa percepção que me trouxe aqui hoje.

Diferentemente do que muitas pessoas pensam, a assertividade não tem a ver com “acerto” ou “acertar”, mas com “assegurar”, “afirmar”. Dito de outro modo, assertividade significa garantir o seu bem estar, mantendo o bem estar do outro também. Mais ou menos como se fossemos um bambu, firmes, porém, flexíveis.

Há um tempo atrás, conheci uma jovem que sentia dificuldade em dizer não às pessoas. Acreditava que dizendo não, as pessoas deixariam de gostar dela, denotando assim, um pensamento disfuncional. Evidentemente, sofria com isso. Certa vez, uma amiga lhe pediu emprestada uma roupa e ela deixou de usá-la naquele mesmo dia, porque não conseguiu dizer NÃO. 

Que estilo de resposta é esse, ou ainda, que tipo de comportamento a jovem exerceu?
Um comportamento conhecido pela TCC como não-assertivo. A não assertividade é a abdicação de responsabilidade e implica em uma renúncia. Praticamente convida outras pessoas a desconsiderarem ou a tirarem proveito da pessoa não-assertiva. Geralmente, a pessoa não-assertiva tende a “engolir sapos”, pois age de forma tal a evitar confrontos, preocupa-se em demasia com a opinião de terceiros, adotando com frequência uma postura defensiva.

Bom, percebo que muitas pessoas não comunicam o que sentem acumulando desta forma, sofrimento intenso. Porém, é possível manifestar tudo o que sentimos ao outro, sem necessariamente sermos agressivos, que também é um estilo de resposta, outra forma de comportamento.

Vamos pensar numa colisão no trânsito envolvendo duas pessoas. Uma sai do carro educadamente, tentando conversar para resolver a situação da melhor forma possível e a outra, sai do carro gritando, xingando o outro de "cego", "irresponsável", entre outros xingamentos.  Será que quem bateu, fez isso propositalmente? A pessoa agressiva não faz este tipo de questionamento.


A pessoa agressiva desconsidera os direitos e a dignidade dos outros.  Elas embaraçam e humilham. O agressivo invade o espaço do outro. O seu desejo de vencer é tão forte, que acaba adotando uma postura invasiva de confronto, criticando, jogando a culpa sempre em outras pessoas. Quem age assim, normalmente interrompe outras pessoas, usa de sarcasmo e suas solicitações mais parecem ordens.  


Então você pode se questionar, como agir com assertividade em determinadas situações?
Como vimos, existem três estilos de respostas: a não-assertividade ou passividade, a assertividade e a agressividade. A função do comportamento assertivo é comunicar ao outro os nossos desejos, as nossas angústias e como dito anteriormente, sem que para isso precisemos ser agressivos.

Quantas pessoas conhecemos que deixam de expressar o que verdadeiramente sentem e pensam, por medo de que seus parentes ou amigos deixem de gostar deles? Ou porque receiam que suas idéias sejam vistas como “bobas”? Cabe lembrar, que essa atitude não resolve seus problemas, apenas incita uma posição não-assertiva.
Naturalmente, ao emitir posicionamentos próprios, corremos o risco de eventualmente sermos criticados ou até mesmo ridicularizados, mas isso não preocupa as pessoas assertivas, pois mesmo falando “besteiras” vez por outra, elas já conquistaram o respeito e admiração, permitindo que suas preferências sejam respeitadas e suas necessidades satisfeitas. 
Com certeza, nem sempre é fácil ser assertivo. No entanto, é uma aptidão que pode ser aprendida, isto é, cada um pode desenvolver esta habilidade mediante um treino sistemático e estruturado. É importante destacar que a maior parte das pessoas não são assertivas em todas as situações. Por exemplo, podemos comunicar assertivamente com um colega de trabalho e ter bastante dificuldade em fazê-lo com familiares. Penso também não ser correto dizer que uma pessoa é simplesmente assertiva ou não-assertiva, mas sim que há ou não uma tendência para comunicar assertivamente em determinadas situações. Todos nós, podemos desenvolver habilidades que nossas histórias de vida não modelaram adequadamente. Através de Treinamento em Habilidades Sociais (THS), podemos avaliar o nosso grau de assertividade, possibilitando desta forma, tornar nossos relacionamentos interpessoais e intrapessoais mais satisfatórios e equilibrados.

Parafraseando Caballo: O THS não “obriga” as pessoas a atuarem de forma socialmente habilidosa, simplesmente as ensina maneiras socialmente adequadas de comportamento. É a pessoa que tem a decisão final.
Sendo mais assertivos, diminuímos nossa ansiedade, expandimos nossa liberdade e melhoramos a qualidade dos nossos relacionamentos, como também a nossa auto-imagem.

Texto base: Manual de Técnicas de Terapia e Modificação do Comportamento. Cap. 18 – Vicente E. Caballo.